[RP FECHADA] Breeze

A prole de Éolo saia do chalé e decidia ir atônito para a arena treinar. Era de fato um dia bonito o sol rasgava as nuvens do céu e muitos campista iam confiantes rumo aos seus deveres. Contrariado a visão de alguns filhos de Ares, o mesmo descartou a ideia de treinar e resolveu ir para a colina já que tais empecilhos o enojavam, resolveu relaxar entre as colinas. Cruzou alguns campos esquivou-se das árvores. Seus olhos azuis tiveram um encontro com o céu e seu coro pálido com o verde do gramado :

- É Alecksej... Onde foi parar. - Observou. - Da vida corrida das guerras para a tranquilidade... - Suspirou. - Finalmente. 

Carpe Diem, my friend

Apenas pude dar um suspiro ao estar longe do aglomerado de semidivinos sempre em guerras e confrontos. Os treinamentos eram pesados, difíceis, por vezes, e eu tinha a impressão de haver cada dia menos pessoas por aqui. Meus passos eram rápidos e fitava o grama que permeava o caminho até o topo da colina. O dia estava claro e quente, não haviam muitas nuvens, o que raramente acontecia nos últimos dias. Ao fitar uma pessoa ali deitada no gramado, observei ao meu redor, como que em busca de companheiros ou mais pessoas. Ninguém. Provavelmente ele estava ali fugindo assim como eu dos treinamentos maçantes.

- Hum... hei. - Cumprimentei-o erguendo a mão direita acenando com um sorriso meio amarelo e desconfortável no rosto, pois buscava isolamento aqui.

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Enquanto observava, Alecksej assentia um ar puro emmeio aquela mente conturbada e permitia a si só, deliberar do gozo de tal paisagem. Quando menos se esperou, um ressono de vozes lhe veio sob os ouvidos e coçando a barba, ele virou com o braço para trás e encarou quem ousara interromper tal momento de meditação. Era um jovem alto de pele alva e olhos claros, poderia ser um filho de Afrodite talvez ou até mesmo de Apolo. Este exprimia uma voz fraca e um desconforto o que fez Aleck perceber e se erguer do gramado surpreso :

- Pela sua feição... Deve querer ficar sozinho. - Disse desconcertado. - Se quiser posso ir embora. - Murmurou o moreno.
 

Carpe Diem, my friend

Quem ali estava era um moreno que eu nunca havia visto antes em algum outro local do acampamento. Me perguntei em pensamento ao ver sua aparência física e seu corpanzil adulto caso eu estava longe demais dos limites do acampamento. Não, eu não havia sequer cruzado os limites mágicos que nos separavam do mundo lá fora. Ele só poderia ser daqui. Olhei suas pernas de soslaio, e constatei não ser ele um sátiro. Ele era moreno, tinha olhos claros e uma leve barba por fazer, era incrivelmente belo e levantou-se do gramado, um tanto quanto surpreso. Ele a julgar por minhas feições, imaginava que eu queria ficar só, dissera ele. Dei de ombros e abri um leve sorriso.

- Na verdade não, estou acostumado a ficar só, e as pessoas daqui geralmente não são agradáveis de se estar. - Comentei, com leves passos aproximando-se de onde ele estava mas ainda sim mantendo a distância à menos de um metro. Sentei-me no gramado, cruzando as pernas na velha posição flor de lótus. Olhei-o um tanto quanto abismado com sua gentileza em querer ir embora. Ergui a mão direita num sinal de frivolidade. - Não é necessário, estou muito bem aqui e há espaço de sobra. Você não quis enfiar uma lança em mim ou me desafiar, muito menos tentou me humilhar, o que mostra que você não é como a maioria dos outros acéfalos. - Falei num tom de voz rouco, enquanto com os dedos brincava enroscando-os na calça que eu trajava. - Você é um semideus? Desculpe a pergunta, é que estou acostumado a ver, bem... jovens por aqui. - Dei de ombros um tanto quanto nervoso, esboçando um leve agradável sorriso.

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Ainda mais perto, Alecksej conseguia ver melhor a face do rapaz que era lisa... Tava no aflorar de sua adolescência assim com os outros. Todavia, sua idade era um tanto condizente e Aleck percebia isso tinha tantas facetas que nem ele mesmo poderia compreender. Viu que a forma no qual o outro se sentava parecia com a de um monge e sorriu por tamanha diferença que ocasionará uma aproximação ligeira com os pés. Depositou as mãos nos bolsos e proferiu num tom mediano para a pergunta do rapaz :


- Basta você saber como manipula-las ou então, saber conviver com cada pessoa daqui. - Moldou um sorriso o alemão. - E não na verdade não posso fazer isso com você... - Ele assim pousava os olhos nos céus. - É preciso ter motivos para lhe atacar e vê-lo apenas, não me da iniciativa. - Riu. A pergunta do loiro em relação dele ser um semideus, o fez encará-lo com uma expressão divertida e apontar o próprio dedo contra o peito. Respirou fundo e concordou com a cabeça. - Sim. - Confirmou. - Só pareço ser bem mais velho do que esta turminha daqui... Maioria tem a sorte de vim para cá cedo enquanto eu... Fui bem tarde. - Explicou. 

Carpe Diem, my friend

Fitei curiosamente o moreno de olhos claros, ele falava sobre manipular e falava calmamente sobre não me atacar. Ele parecia ser um homem calmo e, principalmente, inteligente. Ele tinha uma fala mansa e quase hipnotizante, e observava o céu límpido enquanto falava que não atacaria-me pois me ver não dava-lhe iniciativa. Dei de ombros, os outros não pareciam ver desta forma.

- Meu rosto deve ser visto como uma espécie de saco de pancadas, afinal vivem me desafiando e tentando me bater. - Falei, lembrando-me do meu treinador, que tentava constantemente acabar comigo pondo obstáculos impossíveis nos meus treinamentos, do nada. - Por quê demorou para poder vir para cá? Geralmente assim que atingem a puberdade parece que um alvo fica na mente dos jovens semideuses, como passou tanto tempo indefinido e longe de problemas com criaturas? - Falei dando de ombros, observando-o. Ele parecia ser uma ótima companhia.

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Ele atentou-se para as falas do rapaz e sentou na grama um pouco separado para não causar problemas para ele e tossiu no seu velho paninho maltrapilho azul. Indignado o pobre não podê ficar, pois, entendia claramente dos absurdos dos demais campistas e ainda, gesticulou uns bicos como de reprovação para os demais. A última pergunta entretanto o fez entrar numa inerte meditação momentânea até resolver responder :

- Na verdade nunca soube o motivo e ver que sou um dos mais velhos no aspecto, é realmente broxante.  - Começou a rir. - Servi há muito tempo pela Alemanha então se não encarei o inferno que perseguem na adolescência com certeza, encarei nos campos de concentração. - Disse. Quando Alecksej notou que não havia se apresentado, arregalou os olhos e chacoalhou a cabeça e virou-se atônito para o rapaz loiro estendendo-lhe a mão. - Aliás perdão por não me apresentar... Nos últimos dias, estou voado. Sou Alecksej muito prazer. 

Carpe Diem, my friend

O homem à minha frente fez piada sobre sua idade, o que diminuiu meu comentário desnecessário sobre ele ser velho. Ele tinha um senso de humor suave, ao passo que sua personalidade era bastante agradável de se compreender, pensei, enquanto ainda sentado observava-o, atentamente, mas sem esboçar a verdadeira curiosidade que eu sentia naquele momento. Escutei-o falar sobre servir a Alemanha, sobre os campos de concentração e inclusive sorrir após isto. Isso só mostrava que ele realmente era uma boa pessoa e havia superado aqueles fatos, ou ele realmente tinha um ótimo autocontrole. Seu nome era bastante complicado, apesar de soar como Alec. Alecksej! Sorri apertando sua mão.

- Prazer, sou Nathan. E sou de Moscou. - Não sabia o motivo de dizer de onde vim, mas depois dele falar um pouco sobre sua vida, nada mais justo que eu falar sobre a minha.


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Nitidamente a concepção positiva do filho de Éolo com relação ao jovem rapaz que se apresentou como Nathan. Ele parecia ter um tipo psíquico inerte diferentes dos demais rapazes que desfrutavam da puberdade... O gostinho da palavra, Moscou o fez sorrir de lado mesmo sabendo que por lá quando fez uma visita rápida com alguns militares, acabou descobrindo por si só a presença de sua tuberculose. Ele entretanto não denunciava a grave alteração de humor então colocou os braços pra trás para sustentar seu peso :

- É um belo lugar... Tem pontos turísticos que faz qualquer um ficar maravilhado. - Sorriu. - Mas então, está assim como um Buda e ainda não me disse mesmo sendo cedo, de qual deus és filho... Eu chutaria Apolo... -Ele torceu a cabeça numa grave reverência puritana. - Mas você não tem o ar endoidado como os filhos dele e nem tem aquele tipo de jeito muito extravagante das proles de Afrodite... Mesmo eu conhecendo um que é bem feio e reprimido. - Falar era uma grave coisa em Alecksej. Sabia falar de mil coisas, mas não sabia se as pessoas a sua volta, achavam aquilo agradável. 

Carpe Diem, my friend

Alecksej aos poucos se soltava, começando a falar, o que me fez sorrir. Ele pareceu intrigado e curioso quanto ao deus de qual eu seria filho e me comparou aos filhos de Apolo e Afrodite, mas sua análise mostrava que talvez eu não combinasse muito. Dei de ombros e um tímido sorriso surgiu na minha face, fazendo com que eu ruborizasse.

- Bem, não sou extravagante e muito menos endoidado. - Concluí a análise do moreno, pendendo a cabeça para o lado, assim como ele ao analisar-me. - Bem, sou filho de Hécate. Não sei se a conhece. - Estreitei os olhos pois muitos não conheciam Hécate apesar de sua importância, ao menos ao meu ver, na história de todos os deuses. Lembrei da pergunta que eu tinha em mente. - Por que a comparação aos filhos de Apolo e Afrodite? - Ergui as sobrancelhas finas e um sorriso de canto de rosto surgira em minha face.
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O mesmo falhou em sua analise e via que tentar ser um adivinhador não lhe via com extrema clareza. Sorriu para o raapz até soltar uma gargalhada que há muito tempo não se deixavam escapar. Ouviu o nome de Hécate e contentou-se com um brilho farfalhante nos olhos. Depois daquilo, ele arqueou a sobrancelha e o perguntou o motivo pelo qual chutou a chance de ser uma prole dos dois divinos e então se espreguiçou :

- Corpo atlético, cabelos louros uma juventude a exalar... - Pausou. - É de se confundir. - Riu. - Não imaginava conhecer uma prole de Hécate... Parecem ser tão tímidos e fechados. - Comentou. 

Carpe Diem, my friend

Corpo atlético, cabelos loiros e juventude a exalar, estas foram as palavras escolhidas pelo moreno para descrever-me, o que me fez sorrir calmamente de canto de rosto, desdobrando as pernas e ficando de pé, estreitando os olhos e fitando-o cruzando os braços. Ergui uma sobrancelha, abrindo um leve sorriso. A maioria de nós não era exatamente fechado e tímidos ao extremo, apesar de eu ser sim na minha, e logicamente, haviam as três personalidades que conviviam, similar às lendas verdadeiras sobre minha mãe possuir três faces.

- Eu sou tímido, mas geralmente me abro quando puxam conversa, gosto da solidão mas nem tanto assim. Às vezes sinto falta de ter grandes amigos. Desde que cheguei aqui tive muitos poucos amigos. - Murmurei, mordendo o lábio inferior enquanto fitava o céu azulado e límpido, logo pousando os olhos no moreno à minha frente. Havia algo em sua aura, irreconhecível, negro, crescente, irreparável. Estreitei os olhos descruzando os braços e minha mão direita pousou em seu ombro. - Existe uma sombra escura em sua aura. Uma... doença, mágoa, crescente, o que houve com você? - Geralmente ver auras me fazia conseguir sentir o que todas aquelas cores e sentimentos queriam dizer e expressar. Não era comum me ver olhar a aura de um depressivo e chorar com ele. Meu olhar permanecia arregalado e preocupado, fitando-o.

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As palavras ditas pelo outro o deixava intrigantemente atraído. Uma pessoa com boas palavras usuais para uma boa conversa, era difícil de se ver ali... Com exceção de Alicia que o fazia como um ima, ficar totalmente inerte. Na palavra de amigos, o mesmo se levantou e limpou as mãos com um olhar de canto :

- Bem considere-se com um... Caso aceite minha amizade... - Ele olhou o céu. A adivinhação de Nathan sobre a sombra escura que pairava sobre Alecksej, o fazia mudar de animo. Aquele sorriso forçado e as palavras tão bem calculadas do estrategista se apagavam era triste que em uma pergunta, um passado tão doloroso pudesse vir em mente tão rápido. Seu pulmão começou a ser prensado e sua mão se elevou ao peito como simbolo de condolência :

- Não consigo dizer... - Respondeu. - Esta dor que diz me fere em diversas formas algo que não posso ver, tocar nem moldar apenas sentir e quando vem a mim, tenho que suportar como forma de pagar o meu pecado. - Declarou. 

 

Carpe Diem, my friend

O meu sorriso foi espontâneo com seu oferecimento de amizade. É, ele poderia ser um ótimo amigo sim, ele tinha experiência e um caráter invejável. A culpa foi o que me atingiu ao ver sua expressão e principalmente o que ele sentia ao falar - ou tentar evitar - sobre a escuridão que o rondava. Assenti, olhando de soslaio para o moreno e fitando o céu azulado, logo fitando-o novamente, meio receoso. O que eu iria falar agora? Estraguei completamente todo o clima, principalmente fazendo-o reviver memórias passadas, pela forma com a qual ele justificou sua doença como forma de pagar por pecados. Senti pena dele, se eu ao menos pudesse ajudá-lo, eu o faria.

- Não sei que pecados são esses, mas as pessoas não merecem sofrer tanto assim. Não importa o que as pessoas digam, ou o quanto falem sobre o que você faz vir em dobro ou triplo, eu não acredito. - Eu não acreditava completamente na história de pagarmos por nossos pecados, nunca merecíamos os males que aconteciam conosco.

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Ele ditava coisas que iam muito contra o que Alecksej poderia crer. Os pecados que o mesmo cometeu fora contra aos deuses por não aceitar de fronte, ser filho de Éolo e com a descoberta de seu tubérculo que a princípio fora causado pelo mesmo deus o enfureceu mais ainda, porém perante a prole de Hécate o alemão se conteve :

- Desafiei meu próprio pai e corro riscos de permanecer só mais uns meses por aqui... - Ele abaixava a cabeça explicando. - O que me diz de dar uma volta? E é claro falar mais sobre você que além de um bom psicólogo deve também ter coisas boas para falar... - Assim erguia o queixo sorrindo. 

 

Carpe Diem, my friend

Era visível a indiferença que o outro expressava quando eu falei sobre não merecermos sofrer por nossos pecados. Dei de ombros, meus dedos enroscavam-se na beira da calça, mordendo o lábio inferior e fitava o moreno de alma sombria e marcada por algo grandioso. "Marcado pelo próprio pai", pensei, "quão ruim isso deve ser?". Desafiar o próprio pai deve ter sido ruim, e ser amaldiçoado com poucos meses de vida deve ser pior ainda, se houvesse como salvá-lo, eu o faria, ele me parecia ser um homem digno de viver. Ainda pensava quando fui surpreendido com o convite para caminhar, prontamente me pus de pé e ouvi-o com um ruborizado sorriso falar sobre eu ser um bom psicólogo e provavelmente ter bons assuntos para falar. Suspirei profundamente, enchendo o ar de pulmões, meus lábios repuxando-se em um sorriso forçado.

- Bem, natural da Rússia, Moscou, pais separados, criado por uma tia horrível e eu sempre com um interesse mórbido e enorme por bruxaria, o que fazia minha tia ser mais fervorosamente religiosa ainda. - Lembrei-me de meus velhos tempos, com certo pesar. - Daí, bebida e cigarros vieram, e até mesmo a maconha. Eu... comecei a me envolver, ou pior, namorar caras que faziam partes de gangue e tudo o mais. Aos poucos comecei a... - meus lábios comprimiram-se, e fechei os olhos por um longo tempo, abrindo-os - eu comecei a ter visões, não por ser parte de meu poder, mas de uma doença... minha mãe, a deusa Hécate, é uma deusa tríplice, eu costumo pensar que isso é genético, apesar de meus irmãos não terem isso. Eu tenho problemas de personalidade, tenho outras duas; uma perversa e maquiavélica e outra doce e ingênua em excesso, porém torna-se cínica quando ameaçada. Cada um com um nome e história própria. - Abracei meu próprio corpo, apesar do sol lá encima, sentia um pouco de frio pelos fortes ventos.


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Ao longo do início da caminhada, Alecksej descobriria que aquele acampamento vendava coisas surreais : Os jovens adolescentes que tiveram a sorte de ir cedo para lá, conseguia controlar seus poderes outros não talvez nem tanto, mas mesmo assim via uma porcentagem alta. Nathan diferente daquelas aparentava compartilhar seu corpo com outras duas personalidade muito exóticas por sinal o que chamou atenção do moreno. O tal via o menino se confortar e pondo as duas mãos no bolso da calça, deixou seu leve andar próprio seu ficar bem exposto :

- Parece que todos nós estamos indiciados a viver alguma desgraça... - Ele sorrira meio amargo para frente. - Mas por outro lado, fazemos amizades ou até outras coisinhas a mais se sai... - Gargalhou. - Vendo você assim me faz lembrar um velho colega de batalha que morreu infelizmente... Aliás, e seu pai? Não vê ele? Sei lá sendo mortal você pode talvez sair daqui uns dias para ficar com ele. - Disse o mesmo. 

Carpe Diem, my friend

Tentei não pensar em desgraças, eu geralmente era fraco quanto aos problemas da vida; por mim, eu enfiaria a cabeça em um buraco e deixaria os problemas passarem ou, em poucos momentos como dificuldades, dava graças por ter duas personalidades que me ajudavam a superar os problemas da vida. Andávamos calmamente, escutava o mais velho falar sobre algumas poucas vantagens sobre viver no acampamento e concordava com ele; havia muitas pessoas ali que valiam a pena conhecer. Ele comparou-me a um soldado, o que me fez franzir o cenho e sorrir levemente corado, pois nunca sofri tal comparação, e para ser sincero, foi honrosa e inesperada. Sua pergunta sobre meu progenitor humano me fez engolir em seco, desviando o olhar para longe.

- Ele e eu sofremos um acidente de carro no dia do meu aniversário de dezessete anos, eu sobrevivi... - minha voz saiu baixa, mais afetada do que deveria. Era um assunto difícil, mas os outros sempre acabavam por falar na nossa vida fora do acampamento. - Então, fale mais sobre esse seu amigo de batalha, como ele era? - Disfarcei com um riso baixo e uni as mãos chutando uma pedrinha no caminho.


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Imbecilmente Alecksej acabou tocando no assunto errado e pagou caro por isto. A face do rapaz parecia se transfigurar e por um momento o mesmo parecia ter tido uma nuvem negra a reinar por cima de sua cabeça. Olhou para ele de uma forma jamais vista e abaixou a cabeça por condolência :

- Eu realmente não queria... - Sussurrou. - Me perdoe Nathan... Sou um idiota. - Amarguoru. - Um perfeito... Idiota... - Assim ouvia a fala dele logo acarretada e Alecksej soltava um sorriso para o chão. 

- Ele era como um irmão... - Murmurou. - Um irmão que nunca tive... - Concluiu. - Ele me ajudou muito quanto a investigação da minha mãe e até me deu suporte para esta... - Ele tirava as mãos do bolço gesticulando duas aspas no ar. - "dor" que sinto e também foi um dos que me guiaram dentro dos trilhos e controlou para que eu não parece num hospital - Explicou.

Carpe Diem, my friend

Era, de uma forma meio que egoísta, engraçado ver o outro desculpar-se por tocar no delicado assunto. Mas eu já havia superado-o, não tinha mais receios em falar naquilo, e eu não tinha culpa alguma em falar nele abertamente, só falava-o logicamente com quem merecia saber dos detalhes e de mim, o que eu raramente fazia - confiar em alguém.

- Não se desculpe, não há problemas em falar da minha vida, não tenho mais receios ou sequer culpa em falar sobre isso. É que, eu só não falei sobre esse assunto complicado antes justamente porque não confiei em alguém a tal ponto, entende? - E era verdade; ele era o primeiro a ouvir minha triste e penosa história, eu havia contado-a não para gerar pena dele por mim, mas para expressar confiança, afinal ele confiou em mim para falar sobre sua vida.

O irmão que ele citou havia-o ajudado-o a investigar sobre sua mãe, o ajudou a superar sua doença. Justo, eu faria o mesmo. Dei de ombros, sorrindo levemente, e toquei de leve seu ombro e dando-lhe a mão em um gentil aperto.

- Eu faria o mesmo, colega. Bem, vou indo, rapaz, até mais. - Sorri com o trocadilho, sendo eu o rapaz ali. Caminhei e olhei para trás, pensando como seria quando eu descobrisse que o pobre semideus morrera.

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