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{MPP - OP} Capturem os ladrões! [21.08.15]

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Mensagem por Psiquê Dom Abr 12, 2015 4:52 pm

Narração


A realidade do Acampamento estava cada vez mais se tornando alarmante, pequenas coisas estranhas aconteciam, mas com uma frequência assustadora. Dessa vez, os monitores e seres da natureza responsáveis pelos mantimentos e manutenção estavam tensos e estressados. Coisas estavam sumindo e suspeitos estavam sendo levantados por qualquer pequeno motivo. A desconfiança crescia, filhos de Hermes eram sempre apontados, mas dessa vez Quíron desconfiava ser mais do que uma travessura. Disposto a investigar isso mais a fundo, Quíron mandou chamar dois semideuses novatos, pois os experientes já estavam em missões maiores. Uma filha de Apolo e um filho de Dionísio.

-Eu preciso que vocês sejam o mais discretos possíveis, não é preciso que se levantem mais acusações do que já temos - Quíron instruía os dois meios-sangues - Srta. Ohlweiler, preciso que você fique de vigia no depósito da cozinha, mantimentos estão sumindo cada vez mais. Sr. Barcelos, armas estão sendo roubadas de nosso arsenal, preciso que investigue! Se virem quem está causando esse transtorno, lidem com ele ou ela o mais rápido possível!

Dada das ordens, a missão começaria assim que o toque de recolher tivesse soado e os semideuses estivessem dentro de seus chalés.

Informações


• É uma missão one-post, apesar de ser passada para dois semideuses, cada um desenvolve tarefas diferentes.

• Narrem a partir do momento em que foram chamados para a Casa Grande para receberem a missão e como foi a preparação para ela.

• O inimigo que está atacando o deposito da cozinha é um "Destrachan" faminto e jovem; já o que vem roubando as armas do arsenal é uma Harpia com asas machucadas, tornando-se assim um monstro classificado como 1 estrela.

• A missão começa as 23h, é noite de lua cheia e o clima está frio apesar do dia ter sido quente.

Off-game


-> Prazo de postagem até quarta-feira (15/04)
-> Armas levadas devem ser colocadas em spoiler ou serão ignoradas.
-> Poderes utilizados em spoiler se não serão ignorados.
-> Mascotes não serão permitidos.
-> É uma missão One-Post, ou seja, deverá desenvolvê-la seguindo as informações dadas. O que não consta, poderá ser usado com coerência e criatividade.
-> O último a postar, por favor, enviar uma MP avisando para que não haja atraso de avaliação!
-> Qualquer dúvida, reclamação, problema para postar... comuniquem-me.
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Não-Reclamados
Não-Reclamados
Psiquê
Psiquê
Título : Godess

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Mensagem por Logan H. Barcelos Seg Abr 13, 2015 7:42 pm

sendo útil,
Talvez nem tanto, mas pega ladrão é legal.

- Casa Grande.
Me encaminhava para a casa grande do acampamento com um cigarro na boca, o segurando com minha mão direita. Enquanto eu o retirava dali fumaça era solta, formando pequenos círculos no ar. Andava devagar, apesar de o clima ser quente eu não tinha nenhuma intenção de chegar a meu destino. Um dos centauros havia me localizado pelo acampamento, me fazendo perder uma garrafa de cerveja, a qual tive de atirar para longe quando o vi se aproximar. Por algum motivo Quiron me chamava e eu só esperava que não fosse nada relacionado ao meu arsenal de diversão. Joguei fora o cigarro enquanto subia os degraus da casa de madeira, meu pai deveria estar lá dentro em algum canto, mas eu tinha certeza de que ele não se importava. Uma garota já estava lá, de frente para o centauro, ambos me olharam quando pisei para dentro. - Será que estou um pouco atrasado? Ops, me desculpe.

Declarei dando um bocejo em seguida, tinha milhares de campistas naquele lugar, porque ele desejava logo me ver? Ao menos vendo a menina não parecia ser problema com drogas ilícitas. Estava salvo por mais um tempo. Olhei com uma cara de quem não acreditava no que estava ouvindo, após me cumprimentar, parte ignorando minha falta de educação, o centauro pediu descrição! Por favor, alguém que convive com meu pai deveria saber que não sabemos muito sobre esse ponto. Ergui minha palma em sua direção pedindo que parasse por um segundo, segurei o óculos que se encontrava em minha face o retirando, deixando-o pendurado na camisa. - Ó agora sim! Enxergo melhor nessa escuridão, continue por favor. Abri um sorriso esperando o restante da explicação do que vigiamos de fato a fazer. Ele nos explicou a respeito da situação de roubos do acampamento, olha se fosse somente as armas da arena eu não me importaria, mas mexer com nossa já pouca comida era pessoal.

- Será que eu não posso ficar com a parte da cozinha? Afinal por lá poderia já conseguir algo a mais para forrar o estômago. Mas meu pedido não dera em nada, pelo contrário, em seguida eu foi mandado para o arsenal. - Sério? Será que não podemos simplesmente prender todos os filhos de Hermes? Aposto que algum confessara. Senti o olhar repreendedor de Quiron sobre mim assim que finalizei minha frase, ergui meus braços em rendição. - Muito bem, muito bem. Após o toque de recolher terão minha linda presença transitando por ai. Comentei revirando meus olhos e saindo da casa grande em direção a meu chalé.

-Preparação
Dentro do chalé de Dionisio o clima era sempre festivo, se você precisasse de qualquer coisa que o deixasse mais solto encontraria ali. Me sentia de fato em casa dentro daquele local, não havia dúvidas quanto a quem era meu pai. Fui até minha cama sentando-me ali, algumas horas já tinham se passado desde que Quiron me chamara, logo o toque de recolher seria dado e eu ainda precisava pensar em algo para sair dali sem ser notado. Uma vez que esse não era conhecido por ser um chalé aonde os residentes dormem cedo. Me troquei colocando meu pijama, apenas um calção e uma camisa branca mais antiga por cima. Sentei-me na cama deixando dentro do bolço do calção minha mini garrafa de vinho, um presente dado por meu pai que mais parecia um penduricalho de 1,99. Deixei os óculos sobre minha cabeceira e me deitei, ficando meio de olhos fechados meio de olhos abertos. Mais semi deuses chegavam a todo momento e por mais que eles rumassem para suas devidas camas o barulho era alto.

Segurei meus óculos em uma das mãos, pronto para me erguer. Percebi uma fila se formar na porta do banheiro e foi para lá que me dirigi, ficando no último lugar. - Vou fazer minhas necessidades lá fora, antes que eu as faça na calça. Esbravejei, alto o suficiente para uma boa quantidade de meio irmãos escutar e não questionar minha saída. Ninguém iria perceber se voltasse ou não, ser atentos não era uma de nossas características, o álcool não auxiliava nisso. Mesmo assim tentei ser discreto e quando cheguei a porta dei uma última checada em nosso monitor, fila do banheiro, há. Abri a porta me retirando para a parte de fora, tudo estava absurdamente calmo, silencioso e frio, algo que era completamente o oposto do clima de mais cedo. Um frio subiu por minha espinha. - Porque logo eu? Sibilei tomando o caminho mais longo para a arena, por meio dos campos de uva. Era a parte do acampamento que eu mais conhecia, sabia caminhos menos usados, portanto aquela fora minha escolha.

-Patrulha, Luta
Nos momentos em que me aproximava do arsenal minha preocupação se elevou, assim como meus movimentos passaram a ser mais comedidos e baixos. Ok, eu sei meu pai não é nenhum deus dos ladrões, mas quando se é menor de idade, se quer bebida e não se há dinheiro, qualquer um da um jeito. Aquilo era uma das poucas coisas que eu sabia fazer, me esconder, afinal adorava ouvir conversas que deveriam ser impróprias a mim, ou mesmo ver coisas mais interessantes. Parei a alguns metros do local, me colocando atrás de uma árvore, estava demasiado escuro mas eu certamente escutaria se alguém se atrevesse a adentrar o local. Encostei minha cabeça ao tronco, de modo que minha face ficasse em lateral, ainda conseguindo enxergar o mínimo do arsenal. Vamos logo, se você não aparecer essa noite eu juro que vou até o chalé de Hermes arranjar um culpado. Esperei… E esperei. Já estava quase dormindo, ou morrendo de tédio, um dos dois.

Quando um barulho de algo caindo ao chão chamou minha atenção. - Droga, fiquei tão distraído que nem o vi entrar. Reclamei enquanto avançava com passos firmes até o arsenal, minha mão esquerda foi direta ao bolso segurando e tirando o mini vinho. Que logo se tornou o florete, arma usada por mim. Acho que meu pai tinha se perdido lá na época dos três mosqueiros, afinal essa arma estava completamente fora de moda. Aumentei a velocidade dos meus passos, mas tomando cuidado para não fazer barulho, iria pegar o larápio no pulo do gato e corta-lhe a garganta de uma vez por todas. A porta estava entre aberta e eu me lancei para dentro, a espada sendo apontada para o que sei lá estivesse por lá. Um som grotesco saiu da boca da mulher pássaro que virava para me encarar. - Mas que porra é essa? Exclamei alto recuando dois passos para trás, ela nem tinha braços para roubar aquelas coisas. Por favor, aquele saquinho no chão aonde ela colocava as armas era patético, pior que eu tentando fugir de casa aos cinco anos de idade.

O pior era que nem o fato de ela estar sem camisa tornava as coisas agradáveis. - Ok, se você queria meu corpo nu fez um bom trabalho já deixando o seu assim, mas desculpa eu sou um pouco mais seletivo. Ótimo, não era bem minha intenção a provocar, só estava mandando a real. Não que ela tenha levado para esse lado, avançando de uma forma um pouco estranha. Aonde consegui perceber que suas assas estavam completamente danificadas. - Sério que você queria fugir do acampamento correndo? Tipo com esses pés de galinha. Mal pude terminar a frase, a Harpia agitava as asas danificadas, criando uma onda de ar. Fui empurrado porta afora caindo com as costas sobre o chão. - Esquece, eu vou chamar a polícia. Reclamei me colocando em pé com certa dificuldade, o monstro avançava, em sua perna estava preso o saco com as armas. Só pode ser brincadeira. Apostava que ela queria se livrar de mim antes de escapar, porque ela tirou a sacola dali e veio planando em minha direção.

Sério uma Harpia que parecia manca de asa seria muito engraçado, daria uma boa piada, caso meu pescoço não fosse o alvo de suas bem conservadas garras. Rolei para o lado assim que ela iniciava de fato o ataque, o qual acabou atingido o chão, ao invés de mim. O que foi bem engraçado uma vez que ela se desequilibrava toda, o que me fez rir, desculpa. Me pus de pé uma segunda vez, o fato de aquilo estar sujando meu pijama não me deixava nada alegre, diga-se de passagem. Meus pés sobre a terra me fazia lembrar que eu deveria ter posto um sapato, mas ficaria muito na cara. Ergui o florete em minha frente, não adiantava eu sabia ter a menor habilidade ali e não iria me arriscar em um ataque direto. Novamente o monstro veio me atacar, e no momento em que ela iniciou a planagem eu me pus para a direita, correndo em contra golpe. Mas ao invés de atacar com o florete deixei minhas próprias garras crescerem, que eram muito mais bem cuidadas que as dela.

Deixei minha mão raspar a lateral de sua perna, deixando um rastro de sangue que não foi bem recebido. Fui “chutado” lateralmente por seus pés de galinha, agradecia no momento por sua garra ser curvada para baixo, caso contrário adeus cabeça. Consequentemente fui jogado para o lado, minha cabeça latejando. Comecei uma sequencia incrível de xingamentos na sua direção, enquanto pela terceira vez me colocava em pé. Contudo meu ataque não só havia a deixado com um ferimento na perna. - Agora está manca de verdade. Gritei cuspindo sangue no chão, entre o espaço que nos separava. - Devolva tudo, seja uma boa menina e posso considerar não chamar o FBI. Constatei por fim, mas ela não parecia muito razoável, nem muito inteligente. Eu também a tinha proporcionado uma gostosa dor de cabeça, daquele tipo enxaqueca pós festa a noite toda. Ela poderia me agradecer me entregando as armas.

Sabia que demoraria um pouco para fazer o efeito, enquanto isso eu continuava ferrado, porque tinha dores de cabeça também. Então eu fiz a única coisa que achei razoável, corri. - É pega-pega está com você! Declarei começando a correr para dentro da arena, por favor ela era uma Harpia duplamente manca, nunca iria me alcançar. O monstro me seguiu para dentro do recinto, como eu esperava. Assim que ela voltou a se aproximar de mim, por conta de eu abaixar minha velocidade, eu me virei bruscamente chutando areia em seus olhos. Eu era um ótimo trapaceiro. Suas asas se fecharam sobre seu rosto como quem se sente perdida, irritada e dolorida. A enxaqueca começava a fazer efeito. Aproveitei seu momento de distração e corri para a lateral do monstro, usando um dos pontos abertos da asa para lhe cravar o florete em alguma região de dentro do corpo. - Dois pontos. Comemorei enquanto o monstro desaparecia em fumaça. Levei minha própria mão a cabeça, um filete de sangue também se encontrava ali, provavelmente causado pelo ataque do monstro.

Enquanto a adrenalina descia sentia o sangue em minha boca, o latejar de minha cabeça. Meu corpo cedeu caindo sobre a areia inerte.

-Dia seguinte.
No dia seguinte acordei na enfermaria, minha cabeça enrolada em algo meio branco meio transparente, Quiron estava a meu lado e eu louco para lhe soltar alguns impropérios. Ele me pedia quem havia sido e o que tinha se passado. - Um monstro horrendo, me da pesadelos só de lembrar. Era gigantesco, com duas asas enormes, garras maiores que de uma águia, não! Muito maiores. Escapei com vida por muita sorte. Contava enquanto criava basicamente um circo acerca de minha luta com uma Harpia manca de asa.

Poderes Passivos:

Armas e Poderes ativos:

bla bla bla. template made by duska ♥ do aglomerado.
Progênie de Dionísio
Progênie de Dionísio
Logan H. Barcelos
Logan H. Barcelos
Título : Indefinido
Idade : 25

Ficha do personagem
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Mensagem por Callista T. Ohlweiler Ter Abr 14, 2015 3:54 am

MPP
Sol da manhã. Calor ameno. Relaxante. Callista se encontrava na margem do lago de canoagem. Apoiava seu corpo nos cotovelos e batia os pés na água; estava feliz pela primeira vez desde que havia chegado ali. Não se preocupava com nada naquele momento, nem com sua antiga casa, sua mãe, seu padrasto, o internato. Sequer pensava em sua vingança! Parte da mente da loira, entretanto, sabia que aquela paz momentânea iria acabar em algum momento. O que eles diziam era certo, não é? “Tudo o que é bom dura pouco”.

Foi exatamente isso que aconteceu.

Minutos após seus pensamentos de felicidade um semideus irrompeu no horizonte em uma corrida rápida e desengonçada. Ele avistou Callista com facilidade e, se encaminhando até ela, disse que Quíron precisava urgentemente de sua presença na Casa Grande. A campista soltou um suspiro temeroso e se levantou. Imaginou que o centauro diria: “foi um erro tê-la trazido aqui. Você não é filha de Apolo, vá embora”. Com esse pensamento infeliz a adolescente seguiu seu caminho em direção à morte.


• • •


- Eu preciso que vocês sejam o mais discretos possíveis, não é preciso que se levantem mais acusações do que já temos – foram as palavras do centauro. Ele parecia ter trilhões de anos naquele momento. Desde que chegara ali Callista nunca o havia visto tão cansado. A semideusa, aliás, suspirou aliviada quando viu que estava encarregada de participar de uma missão. O Acampamento – que estava estranho segundo os campistas veteranos – estava sendo alvo de alguns furtos e isso havia começado a gerar atrito entre os semideuses. Eram muitos acusados para pouco problema resolvido.

Ohlweiler ficou encarregada do depósito da cozinha. Não queria dizer nada, mas estava assustada. E se quem quer que estivesse lá a atacasse? Fosse mais forte? Mais experiente? As chances de que isso acontecesse eram infinitas. Afinal, a semideusa havia acabado de chegar no Acampamento. Havia treinado algumas coisas, mas nada que a deixasse com alguma habilidade. Olhou para o garoto ao seu lado, o que partiria em missão junto dela, e tentou sondar sua expressão para saber se ele estava confiante ou se borrando de medo também.

Não conseguiu nada, mas ela não se esforçou tanto para isso. Tinha mais coisas com o que se preocupar. Saiu da Casa Grande olhando para os lados, cuidadosa, como se estivesse carregando uma sacola com diamantes e ninguém poderia saber. Afinal ela seria, naquele momento, uma espécie de agente secreta para Quíron. Uma espiã. Não conseguiu conter seu sorriso animado. Era, definitivamente, uma ideia legal.

Passou o resto do dia se preparando para a missão. Arrumou os instrumentos que levaria, checou com seus irmãos que horas era o horário de dormir e, depois que já soubesse tudo o que deveria fazer, ficou preocupada durante toda a tarde. E ansiosa também.

Quando a noite caiu a prole de Apolo já estava nervosa. Agitava-se a qualquer som suspeito e sempre olhava preocupada para os vários rostos daquele acampamento. “Será que é você?”, era o que ela perguntava toda vez que via um campista mais isolado ou que aparentava ser perigoso. No fervor da cantoria em volta da fogueira Callista rogou aos deuses, principalmente ao seu pai, para que eles a ajudassem na missão.

Então todos começaram a ir em direção aos seus respectivos chalés. Callie tentava conter os nervos, mas não era algo muito fácil. A noite estava fria, coisa que a campista não gostava, e a lua estava cheia. Aquilo decididamente não era um bom sinal.


• • •


A filha de Apolo havia finalmente conseguido sair de seu chalé. Teve que esperar alguns minutos para que todos seus irmãos dormissem e, de forma silenciosa, vestiu uma roupa mais quente, pegou seu novo anel (que na verdade era o seu arco) e colocou sua aljava contendo as flechas de bronze celestial amarrada nas costas. Na ponta dos dedos e com medo de acordar alguém, foi de encontro ao ar puro da noite.

Sua missão já começava complexa quando ela tinha de passar despercebida pelas harpias até que chegasse no depósito da cozinha. Era uma tarefa difícil, aqueles monstros possuíam sentidos sobrenaturais, mas no fim Callista conseguiu. Abriu a porta do lugar sem se preocupar com o barulho que fazia. Tudo estava tão escuro que por um momento Callie achou que já tivesse morrido e que aquele era o fim do fim: nada.

Mas não. Ela conseguia sentir o cheiro forte de morango e de outros alimentos, o que provavelmente não existiria caso ela estivesse morta. A semideusa inspirou fundo e começou a andar pelo local com passos mínimos, sem se preocupar se estava fazendo barulho demais ou não. Tudo parecia bem. Com o tempo que passava lá ia se acostumando com a escuridão e, por fim, a luz da lua ajudava a iluminar o ambiente.

Fruuuum.

O barulho de alguém se movendo sobressaltou a campista. Seu anel começou a se expandir até tornar-se um arco – que ela tentou segurar da melhor maneira possível, já que a arma era um objeto novo em sua concepção – e desajeitadamente tirou uma flecha da aljava, acoplando-a com a parte da haste penada na corda e a lâmina um pouco acima de sua mão esquerda, que era a que segurava a madeira da arma.

Fruuuum.

Ouviu o barulho de novo e tentou conter o seu espanto. Quem quer que estivesse ali gostaria de, claramente, pregar uma peça na semideusa. Deveria ser um filho de Hermes, talvez? Callista achava que não. Aquele ambiente estava sobrenatural demais e ela sentia e tinha plena certeza de que aquilo era um monstro.

O primeiro ataque da besta veio completamente de surpresa. O som que se seguiu foi tão alto e tão potente que, além de ter a sua audição comprometida, Callista fora lançada para o outro lado do depósito, bem longe da criatura. Bateu em cheio contra caixotes que continham morangos e eles caíram aos montes ao seu redor. Cheiro forte, muito forte, se elevou através daquelas frutinhas vermelhas. Ela se sentiu sem ar com o impacto; seu arco parecia ter inteligência própria e tornou a se diminuir em anel. A aljava estava firme nas costas, mas a filha de Apolo já se sentia derrotada.

Os ouvidos zumbiam. A loira não via nada, não ouvia nada, seus músculos doíam.

Pois bem, era assim, ela morreria. Mas o tempo passava e a semideusa continuava ali, sem quaisquer outros problemas para seu lado.

Enquanto o monstro fazia sons distantes de mastigação, Callie não se movia um segundo sequer. Tentava se recuperar do ataque e ficar lúcida. Já estava melhor até, o ar entrava e saia de seus pulmões com maior facilidade. As coisas começaram a fazer mais sentido e ela começou a se focar no problema que tinha de resolver: era um monstro roubando comida, não um semideus. Precisava derrota-lo, mas antes disso precisava estar melhor quanto ao seu estado físico.

A primeira coisa que a filha de Apolo deveria fazer era iluminar o ambiente. Como faria aquilo? Qualquer movimento brusco era motivo para chamar atenção da fera. Alguma coisa dizia, entretanto, que ela possuía o poder para deixar tudo ali iluminado. Era filha do deus do sol, certo? Precisava tentar. Ergueu a mão direita, fechou os olhos e fez uma oração silenciosa a seu pai.

Como mágica, como se estivesse feito um lumos mentalmente, uma pequena bola de luz irrompeu naquele lugar e fui subindo até alcançar o teto. Era como um pequeno sol e brilhava tão intensamente que Callista começou a se sentir confortável no depósito de comida. Quando ergueu os olhos para o lado oposto do local, conseguiu ver pela primeira vez como o monstro realmente era. Cego, quadrupede, com uma boca estranha e afunilada. Pelas informações que a campista conseguira armazenar, aquele era o pior tipo de monstro que ela poderia ter encontrado. Era imune a luz, atacava de longe. Callista sempre tinha a luz a seu favor e também atacava de longe. Como derrotaria aquela coisa?

A criatura se encontrava em cima de vários sacos de batatas e quase alcançava o teto. Enfiava seu focinho – poderia chamar assim? – dentro de um deles e comia desesperadamente o legume. Ela parecia magra, fraca e, pela sua desatenção, não era tão experiente no combate contra semideuses. Era jovem? Provavelmente. O monstro tinha esquecido de Callista muito rapidamente; fosse sua fome ou idade, aquilo era um bônus para a semideusa.

A loira começou a se levantar lentamente depois de já se sentir melhor, mesmo que seu corpo ainda doesse. Usou um enorme barril como apoio e, sempre de olho na besta, erguia-se cada vez mais até ficar, por fim, em pé. Já tinha em mente que uma criatura cega teria seus outros instintos mais aguçados, principalmente a audição e o olfato. Desvantagem. Mas então a campista começou a usar seus neurônios e a observar melhor o local.

O olfato!

O monstro não tinha rastreado Callista pelo nariz até agora e a garota se perguntou o porquê daquilo. Afinal ela era semideusa e deveria possuir para aquele inimigo um odor provocativo. Olhou para o chão e viu o amontado de morangos aos seus pés. O cheiro da fruta... era exatamente isso que mascarava o cheiro da campista! Se ela conseguisse se mesclar mais com aquele odor, ficaria praticamente imune àquele sentido da criatura. A filha de Apolo começou a olhar para os lados enquanto procurava desesperada por uma solução. Foi encontra-la naquele mesmo barril que havia usado como apoio; dentro dele tinha poupa de morango ou, melhor dizendo, morango amassado. A loira quase deu pulinhos de alegria, mas se conteve porque tudo o que não poderia fazer naquele momento era barulho. Com suas mãos pegou um punhado de poupa e começou a passar no rosto, nos braços desnudos e em outras partes do corpo. O cheiro era enjoativo, provavelmente nunca mais comeria morango, mas aquela medida era extremamente necessária.

"Sou a Moranguinho. Ótimo.", resmungou em pensamento. Callie agora analisava o local. Estava tudo tão claro por conta de sua bola de luz que nem parecia noite de lua cheia e sim um dia bem ensolarado. Ela precisava achar pontos que a ajudasse derrotar rapidamente aquele monstro sem que ele percebesse. Mas antes a semideusa resolveu fazer um teste. Fez seu arco aparecer através do anel, armou desajeitadamente uma flecha entre a corda e a parte de madeira e mirou na criatura. Prendeu sua respiração, puxando o cordel lentamente e o máximo que podia. Nunca havia dado um tiro com aquele tipo de arma, mas para tudo se tem uma primeira vez.

Ela liberou o projétil. Ele não voou na direção indicada, mas ainda era próximo o suficiente do monstro para atingi-lo, mas isso não aconteceu. O assovio da flecha cortando o ar chamou a atenção da besta que, abrindo sua boca, soltou novamente aquelas ondas sonoras que quebraram a flecha no meio. Ele virou-se na direção de Callista, cheirando o ar e, mesmo sem parecer ter percebido algo de estranho, tornou a atacar.

A semideusa deu um salto para o lado antes que aquela onda a atingisse novamente. Fora por pouco, bem pouco, mas pelo menos havia descoberto que finalizar o monstro dali não funcionaria e que ela não era tão ruim assim com arco-e-flecha o quanto pensava. Estava no sangue divino, provavelmente. A mente da campista começou a funcionar para tentar compor um plano. Sabia que muito tempo já havia decorrido e se ela não terminasse com aquilo, logo a missão secreta não seria mais secreta.

Callista suspirou, se concentrou, focou a atenção no saco de batatas. E se... E se ela rompesse o saco que dava sustentação a todos os outros lá em cima? A besta provavelmente não iria atacar a flecha porque ela não estava indo em sua direção. Deveria tentar, certo? Porque era a única alternativa. Caso desse certo e o monstro caísse no chão, ele poderia ser afetado pelo impacto e ficar momentaneamente desestabilizado. Essa seria a chance perfeita para atacar de verdade.

A campista retirou uma flecha de sua aljava e armou ela no arco. Apontou para o primeiro saco de batatas, o central, o que mantinha os outros lá em cima e a fera no topo. Ela prendeu a respiração e fechou os olhos por alguns segundos. Antes de abri-los puxou o cordel da arma e quando já conseguia focalizar a visão no alvo, ela soltou o ar que estava preso. Soltou, também, o projétil que sorrateiramente e com velocidade foi indo de encontro ao seu destino. Novamente o rumo foi meio torto, mas a pontaria de Callista não era tão ruim. A ponta da flecha foi cortando o saco lateralmente e os legumes lá dentro começaram a vazar um por um.

E então tudo desmoronou.

O monstro começou a soltar ondas de som para todos os lados enquanto caía. Numa dessas a semideusa foi novamente atingida, pela segunda vez, e caiu de joelhos. Seus músculos pareciam vibrar, seus tímpanos pareciam querer explodir. Houve um baque surdo quando o monstro se chocou contra o chão e, por um momento, tudo fez silêncio. Callista olhou para a bola de luz que brilhava lá no alto, pediu uma benção a quem quer que fosse para ajudá-la naquele momento. Precisava de forças para realizar o ato final, mesmo que estivesse zonza e fraca. Segundos se passaram, quase um minuto, e o monstro parecia cada vez mais estável. Não restava muitas alternativas à campista, ela precisava atacar. Retirou outra flecha da aljava.

A besta já estava completamente recuperada do baque, fazendo com que Callista tivesse de agir mais rápido. Preparou o seu novo tiro e, quase instantaneamente, a sua flecha começou a emanar calor. Dá onde vinha aquilo? Com certeza era um truque de seu arco e de sue pai. Mirou no monstro, soltou o projétil e a criatura foi acertada na sua região estomacal. O coitado havia acabado de se levantar, mas já estava caído de novo. Urrava de dor e aqueles uivos se propagavam como um veneno contra os ouvidos da semideusa. Ele virou sua cabeça na direção de Callie e soltou outra onda sonora; a loira rolou da forma que pôde e escondeu-se atrás de alguns tonéis. Quando voltou para zona de guerra, já tinha preparado uma nova flecha que novamente ardia em calor. Força, ela pensava. Só mais esse ataque e pronto. Sua mira dessa vez era na região do pescoço do monstro. Liberou o projétil. Outra onda sonora, tudo confuso e tudo sem sentido. Dessa vez a campista não fora rápida o suficiente, já que estava totalmente abalada pelos ataques anteriores, e acabou sendo atingida. Foi lançada para trás como uma pena era lançada pelo vento. Sua última imagem era do monstro se tornando pó no meio das batas.


• • •


Quando acordou seus ouvidos ainda zumbiam e seu corpo doía muito. Uma figura alta se erguia diante dela e a campista identificou como sendo Quíron.

- É. Eu decididamente não morri, já que você está aqui. — Callista comentou de forma lerda. O centauro ergueu as sobrancelhas, mas não deu importância ao comentário. Pediu que a semideusa narrasse o acontecido e ela assim o fez. Quíron suspirou aliviado e ao mesmo tempo temeroso. O primeiro motivo era porque o causador dos furtos não era um semideus, o segundo motivo era que monstros continuavam a atacar o acampamento.

- Vou deixar que você descanse. — disse ele por fim. Callie agradeceu em voz baixa e quando fechou os olhos, dormiu automaticamente.

Itens levados:

Poderes:

Destrachan, meu inimigo mortal.


Progênie de Apolo
Progênie de Apolo
Callista T. Ohlweiler
Callista T. Ohlweiler
Título : Indefinido
Idade : 25

Ficha do personagem
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Mensagem por Psiquê Ter Abr 14, 2015 8:25 pm

Narração


Com a Harpia derrotada, uma investigação foi feita com as caçadoras noturnas de semideuses desobedientes. Foi descoberto que naquela loucura que estava acontecendo pelo Acampamento, aquela Harpia pretendia fugir com tudo o que pudesse levar consigo. Uma de suas irmãs tentou impedi-la, mas acabou machucada e desacordada, acabando por só deixar a Harpia machucada nas asas.

Quanto ao depósito, sobrou para outros campistas arrumarem a bagunça que foi deixada depois da batalha, além de alguns seres da natureza soltarem resmungos baixos sobre o desperdício de comida que houvera ali. A guarda na barreira foi reforçada, já que monstros estavam conseguindo, de alguma forma ainda desconhecida, adentrar o Acampamento!


Logan H. Barcelos


Seu texto foi suave e de fácil leitura, direto e divertido. Porém faço aqui alguns comentários e dicas sobre a sua narração. Eu fiquei com a sensação de que, no primeiro encontro com a Harpia, você ficou falando demais enquanto a Harpia ficava lá só escutando os insultos. É coerente que quando alguém é pego em flagrante uma reação forte aconteça, porém você passou muito tempo apenas com os comentários irônicos.

Uma segunda questão, que está mais para uma dica, é que ao finalizar uma fala, use novamente o travessão. Por muitas vezes eu prosseguia a leitura pensando que estava ainda em sua fala, percebendo só depois que ela havia encerrado e que a narração havia retornado!

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Callista T. Ohlweiler


Foi uma das narrações mais criativas que eu já li até agora. Se vi algum erro foram no máximo dois e que passaria despercebidos por qualquer um. Porém, destaco aqui apenas um detalhe. Você disse que notou que o animal era cego... Mas como chegou a essa conclusão? A aparência dele? O modo como ele se comportava? É bom deixar claro como se chega a formulações importantes para o proceder da batalha e missão.

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Atualizado por Afrodite

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Título : Godess

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