[RP Fechada] Who are you?

01 Who are you?

O dia não vinha sendo dos melhores para mim, tinha acabado de sair de um treino de combate e o arranhão em meu braço não parava de sangrar. A contragosto fui obrigado a me dirigir até a enfermaria, ali alguém conseguiria tomar conta do machucado. Talvez eu pudesse ir até o meu chalé, tomar um banho e aguardar aquilo sumir sozinho. Poderia mas eu não estava a fim de bagunçar todo o local, que já era consideravelmente bem bagunçado graça a presença de quatro homens. Coloquei minha mão esquerda sobre a porta a empurrando, adentrando o local. Estava muito mais calmo do que eu poderia esperar, passando por entre as macas detectei uma garota de cabelos negros que chamou minha atenção, mas apenas continuei. Seguindo na direção de outra garota, vestida com roupas da enfermaria, me aproximei dela com cautela e esperei a seu lado para ela me notar. - Ow! Acho que alguém te atingiu um pouco forte de mais, estais se sentido bem?

Estreitei os olhos apenas confirmando com a cabeça, estava ardendo mas não exatamente doendo. A menina me encaminhou para uma das macas, a do lado da morena. Me sentei deixando a mão esquerda apoiasse contra os lençóis. - Me chamo Lara, sou filha de Apolo, espere aqui alguns segundos que vou pegar tudo. E de fato, foram pouco segundos até ela voltar começando a limpar e meu ferimento. Fiz uma leve careta de dor com o contato, ela falava sobre algumas coisas, perguntas de como aquilo tinha ocorrido e de quem eu era filho. Fiquei em silêncio sem responder nada. Tentava limpar minha mão esquerda, que possuía sangue por eu tentar parar o sangramento do braço direito, o lençol branco começava a ficar vermelho na região. - Acho que não será necessário dar nenhum ponto, vou enfaixar, mas podes usar um dos poderes de seu pai/mãe para curar isso completamente. Assim ela fez, passou uma faixa ao redor de meu braço e machucado.

Olhei de canto para o resultado de meu treino, seria mais fácil ter esperado a noite e me curado sem ter de escutar tanto. - Ótimo, só tenho de preencher uma ficha, irei a pega e já volto. Mais uma vez ela saiu em velocidade para a parte mais de dentro. Apoiei ambas minhas mãos na cama e olhei para a janela, que se entrava na parede atrás de minha maca.

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uma garota de nome Chelsea Meulenbrock

02 WHO ARE YOU?

Estava completamente distraído com a vista da janela, não que fosse grande coisa. A enfermaria ficava na beira da floresta, logo apenas árvores, mato e algumas flores. Nada que de fato me atraia, queria só passar o tempo e sair logo dali. Por mais que meu pai fosse o deus da morte, hospitais não me atraiam muito. Talvez porque ali eles recuperavam as pessoas, enquanto eu acreditava mais em acabar com sua dor. Uma voz feminina me tirou de meus devaneios, me lembrando que eu não me encontrava sozinho. A principio pensei que era a enfermeira retornando, o que me deu certo alivio, mas assim que virei vi que a menina dos cabelos escuros me encarava. Estreitei meus olhos, ela se apresentava como filha de Zeus, o que a fazia… Minha prima? Sinceramente já havia desistido dessa história de tentar encaixar os filhos dos demais deuses como parentes, uma vez que aquele Olimpo era mais bagunçado que meu chalé. Seu nome não me era completamente estranho, talvez Hunter, o filho de Poseidon já o tivesse mencionado.

Pensei por um segundo em sua pergunta, quem eu era? Nem eu mesmo sabia direito, somente me lembrava de ter fugido de algum lugar. Memórias borradas e mal organizadas. A única coisa que eu tinha certeza era de estar ali. Ah, eu também sabia meu nome por uma corrente em estilo militar que se encontrava ao redor de meu pescoço. Segurei a corrente com ambas as mãos a tirando do pescoço e a segurando de frente para a menina, de forma que a “placa" com o nome ficasse apontada para si. Ali se lia claramente “Brandon S.” Chelsea havia me contado seu pai divino, talvez eu deveria fazer o mesmo. Parecia um padrão no acampamento, seu nome e em seguida quem era seu pai/mãe, como se isso fizesse grande diferente, bom, provavelmente fazia, mas não para mim. Olhei para a janela fechado a cortina, a parte coberta proporcionou sombra acima da cômoda que separava nossas macas.
Encarei o local fazendo essa sombra começar a se mover, um filete da mesa se desvencilhou das demais e perpassou pela garota, sumindo no ar em seguida.

Meu rosto tinha seguido o filete, por isso agora a olhava. Dei um meio sorriso, satisfeito com meu feito. Não era grande coisa, mas eu tinha sido reclamado a poucos dias e era bom saber que eu começava a pegar o jeito dos poderes que me eram disponíveis. Apoiei meus braços sobre minhas pernas, entrelaçando minhas mãos, voltando a aguardar a enfermeira, mas agora também focado na filha de Zeus. Que por sinal chamava atenção por sua beleza.

Poder Passivo usado:

notes: post em tal lugar, com fulano. where: new york. when: dia 19 às 14h.

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03Who are you

Ela deduziu rapidamente quem era meu progenitor, o que era algo esperado, mas ao mesmo tempo me deixava feliz por conseguir a fazer entender. Conseguia perceber que Chelsea não parecia muito feliz com minhas respostas vagas, as quais não se utilizava de palavras. O barulho de pés chegou a meus ouvidos, virei minha cabeça apenas para me decepcionar, não era a enfermeira que tinha cuidado de mim. Nada de ser liberado ainda, por outro lado a companhia da menina fazia o tempo passar de modo mais agradável. Não era com muitos que eu convivia no acampamento, sabia que a maior parte da culpa era minha, mesmo assim gostava quando o acaso me auxiliava. A enfermeira trazia um cacho de uvas em nossa direção, mais especificamente para Chelsea, que parecia faminta pois já colocava diversas em sua boca. Observei com minha sobrancelha erguida, ao mesmo tempo me divertindo com a situação.

Abaixei a cabeça encarando o chão com um sorriso/riso balançando a cabeça levemente. Quando voltei a olhar para ela já estávamos novamente sozinho, a enfermeira tinha ido embora deixando o pote de uvas, estas logo foram oferecidas a mim. Recusei balançando minha cabeça em um negativo, não me encontrava com muita fome e tão pouco gostava muito de uvas. Respirei fundo voltando a olhar meu machucado, naquele momento, após o contato com as sombras já deveria ter se curado. Utilizei minha mão esquerda para retirar a bandagem, apenas uma cicatriz fraca recobria o lugar, algo que eu sabia que sumiria em breve. Deixei a bandagem cair sobre a maca e comecei a analisar a menina com mais cuidado. Ela não me parecia de fato machucada, as laminas ao lado de sua cama com certeza já poderiam ter me indicado quem era seu pai. Por certo ela logo viria a ser liberada, algumas perguntas rondavam minha mente, mas eu não iria as expor em voz alta.

Talvez ela percebesse meu interesse por sua condição física e sanasse minhas dúvidas, talvez não. Em todo caso olhei rapidamente para trás tentando localizar a enfermeira que havia me atendido, ela só podia ter perdido o tal relatório, não era possível.

notes: post em tal lugar, com fulano. where: new york. when: dia 19 às 14h.

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04 Who are you

Não demorou muito para a filha de Zeus chegar a uma conclusão óbvia, a qual todos acabavam por comentar quando “conversavam" comigo. Eu não era de falar. Se eu não gostava muito de uvas ela parecia ser o oposto, ainda se deliciando com o alimento, Sr. D. iria ficar orgulhoso. Com aquela estiagem era difícil dizer de onde tinham tirado tão pelos exemplares. Estreitei meus olhos, Chelsea era a primeira que dizia tais palavras em alto tom. Mas eu apostava que a maioria chegava naquela conclusão falha. Se antes eu havia concordado com sua afirmação, agora minha cabeça se movia de um lado para o outro em uma indicação clara de não. Eu conseguia falar, só não me apetecia, não parecia algo normal para mim, como se eu tivesse nascido sabendo e em certo momento neguei tal atributo. Aquela língua também me parecia enrolada de mais para ser falada, como se não fosse comum a mim. Minhas bochechas coraram ardentemente, quando eu me dei conta para qual região do corpo dela eu notava, e principalmente ao reparar que ela também percebia tal coisa.

Engoli um seco desviando o olhar, eu juro que não havia sido minha intenção, de forma alguma. Só estava preocupado com seus arranhões… Por fim a menina sanou minha duvida, pelo visto meus olhares ao menos serviram para demonstrar minha preocupação. Só então eu me lembrara do evento que tinha ocorrido no acampamento a poucos dias, eu ainda não era reclamado e tão pouco conhecia muitas pessoas. A segunda coisa não havia mudado, mas em todo caso fora por isso que optei por não me oferecer na participação. Olhei para meu braço, agora já quase cicatrizado, e dei de ombros, indicando que não era nada importante. A mesma enfermeira que me atendera apareceu entre nós, eu nem ao menos tinha percebido sua aproximação. Achei que ela viria a me liberar, mas fora o contrário, ela apenas olhou Chelsea e fora a ela que decretou a liberação. Ainda bem quem em seguida seus olhos se voltaram a mim, já era ruim o suficiente ter de estar ali, ainda tirariam minha única companhia?

- Você também está liberado, senhor… Unm, qual seu nome mesmo? Ergui uma sobrancelha ignorando a pergunta pois a filha de Zeus parecia um pouco empolgada de mais. Me ergui em um salto, colocando-me de lado enquanto a menina usava minha maca e a dela para saltar de alegria. Estreitei os olhos, ela de fato deveria estar a muito tempo naquele lugar. Acho que toda aquela eletricidade tinha queimado uns neurônios.

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05 Who are you

Estava pronto para me retirar, assim que a enfermeira decretou que poderia fazer tal coisa. Mas antes disso prestei atenção no que a menina disse, ela parecia de certa forma contente por eu também estar saindo. Eu conseguia a entender porque mesmo sem a conhecer direito também estava feliz por ela, ficar naquele lugar era simplesmente insuportável. Ela então se acalmou, sentando na própria maca, enquanto eu apenas confirmava com a cabeça, uma afirmação a seu comentário anterior. A enfermeira já tinha se afastado, com certeza com mais trabalho para fazer do que só nos observar. Enquanto ela se arrumava eu ia aproveitar para ir embora, contudo quando avancei um passo percebi que suas penas bloqueavam meu caminho. Seria muito indelicado as perpassar? Provavelmente. A olhei quando ela fez o convite para mim. Por mais que filhos de Zeus e Hades fossem teoricamente primos, eu acho que nunca vira ambos andando juntos.

O céu e a terra já eram coisas distantes, imagine o céu e o inferno. Mesmo assim concordei em ir, até porque agora começava a perceber que também precisava de algo para forrar o estômago, e somente uma uva não iria adiantar de nada. Por isso decidi a esperar, sentando a seu lado na cama, enquanto observava sua dificuldade em colocar o coturno. Até que ela me solicitou ajuda, a qual eu não viria a recusar. Por favor, eu sabia ser educado, mesmo que pudesse não parecer tanto. Me pus de pé e em seguida me ajoelhei do lado de sua perna, apenas um joelho encostando no chão. Apoiei seu pé no que estava levantado e amarrei delicadamente o sapato. Assim que terminei a simples tarefa coloquei minha mão sobre a sua perna, me levantando e a apoiando novamente no chão. Coloquei ambas minhas mãos para trás de minhas costas, esperando alguma outra solicitação da menina, ou que ela somente me arrastasse por fim para o refeitório.

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