{Missão Narrada} Shadows in the forest

Depois daquelas coisas, era difícil dormir. A ideia de uma deusa querer minha morte por não gostar de minha mãe já me assombrava. As coisas começavam a chegar a determinado ponto do qual poder controlar a flora não era um bom pretexto para justificar a mudança repentina de vida.

Não era legal tentar ser morto por monstros,  e mesmo sendo um semideus, aquela era uma sensação que eu tinha conhecido a pouco tempo.
Esses devaneios passavam por minha cabeça todo dia antes de dormir. Deitava, apoiava a cabeça nos braços e ficava fitando o teto e os pensamentos vinham, mas pelo menos, depois que eu dormia não tinha nenhum pesadelo.
Meus olhos se mantinham fechado e estava quase dormindo. Os pensamentos finalmente tinham perdido para uma rotina de treinos intensos e pesados, no qual eu ainda lutava para me encaixar.

Como no acampamento meio-sangue, nada era certo, não demorou para que algo me acordasse. Um barulho já comum de batidas na porta despertou a mim e a todos, provavelmente.
Puxei meu travesseiro e cobri minha cabeça para que abafasse as batidas; - Merda -
Alguém do chalé logo levantou xingando e saindo aos tropeços até que finalmente abrisse a mesma. Eles não pareciam conversar, porém, escutei barulho de passos se aproximando, e então, senti uma mão me puxar pelo braço, me fazendo cair. O sátiro me soltou e então acenou para fora do chalé. Os outros logo se viraram e voltaram a dormir. Mesmo com um calção, segui ele, sem deixar que o frio me atrapalhasse.
-O que foi?- Minha voz ainda estava meio sonolento, mas o sátiro parecia até acordado demais.
–Uma movimentação suspeita na  floreta foi relata. Quíron acha que pode ser alguma coisa a ver com as mudanças dos últimos dias e quer que você vá até lá investigar o que aconteceu. Pegue seus equipamentos o mais rápido possível e tome o seu rumo.

Ergui a sobrancelha enquanto olhava o sátiro sair correndo, mas seu tom de voz não fazia parecer que era uma piada, mas mesmo assim me aventurar em uma floresta pela noite, era algo duvidoso.
Entrei pelo chalé tentando não fazer barulho.
Sentei na cama pegando a velha calça meio surrada e colocando uma camiseta preta. No cato da cama estava a coroa e o anel. Não tinha escolha. Agarrei os dois e os coloquei, seguindo para a floresta.

Na entrada da mesma, assobiei fraco, e então, uma das árvores se sacudiu, acordando. Lhor me agarrou e me colocou em seu ombro.
-Ei amigão. Vamos procurar alguns baderneiros.
O Ent entrou floresta a dentro em movimentos rápidos, já que aquele era seu território. Logo já estávamos na parte mais escura, onde nem mesmo a luz da lua entrava na floresta. Um calafrio percorreu meu corpo enquanto desci do ombro do Ent, puxando o anel e ó transformando em uma foice.

Itens:

Poderes:

Lhor seguia comigo floresta a dentro. O Ent era grande mas mesmo enquanto se movimentava conseguia se disfarçar perfeitamente na floresta, a não ser quando adentramos na parte negra, o que não demorou muito.
As árvores iam aos poucos ficando mais grossas e negras. Algumas tinham marcas de arranhões e coisas do tipo, me fazendo pensar o que tinha ocasionado aquelas coisas. Eu conseguia saber perfeitamente onde estava, mas isso não me tranquilizava. O silêncio do local era assustador, e hora ou outra uivos e ecoavam floresta a dentro.

A medida que eu adentrava pela floresta, não conseguia mais ver sequer a luz da lua pelas copas das árvores que tapavam tudo, me obrigando a forçar a visão um pouco. De repente, o sátiro apareceu. Ele parecia confuso e remexia os olhos sem parar falando sobre coisas na qual eu não entendi. Agarrei os frascos que o mesmo me entregou e segui com ele, quando na verdade, estava começando a me cansar daquilo. Estava bem afastado do acampamento, e podia sentir isso.

Quando dei por mim estava em uma pequena clareira iluminada somente pela lua. Um arrepio percorreu meu corpo quando meus olhos encontraram o chão. Dracmas e sangue estava espalhado por todos os cantos. Nesse momento me lembrei dos frascos que o sátiro louco tinha me entregado, e rapidamente recolhi os dracmas e um pouco do sangue, colocando um em cada frasco, e então, senti algo perto dali.
Um vulto negro e uma aproximação rápida me fizeram puxar o anel que se transformou em uma foice. Minha respiração acelerou, enquanto ficava de prontidão perto de Lhor para algum ataque. Algo estranho tinha acontecido ali naquela noite.

Itens:

Poderes:

Minha respiração ofegava cada vez mais. Estava começando a ficar nervoso, como se meu coração avisasse sobre alguma ameaça eminente. O barulho não durou muito, me fazendo ser obrigado a permanecer ali, esperando que algo acontecesse.
Começava a me irritar com aquelas coisas; "Remo, faça isso", "Remo, entre na floresta de madrugada."

Eu não era acostumado a ser mandado de tal forma, e aquilo estava passando dos limites. Eu poderia muito bem ser morto ali. Talvez Quíron não se preocupasse tanto para que me colocasse naquele local.
Sem aviso prévio, uma adaga foi disparada, e a única opção que tive foi tentar desviar.
Tentei rolar para o lado enquanto logo me levantei me comunicando com as árvores ao redor para procurar a imagem de onde estava quem fosse que tivesse atirado a adaga.

Me coloquei em posição de guarda, olhando para todos os locais enquanto me atentava a um novo possível ataque e esperava o recado das plantas e árvores sobre onde o maldito ou maldita estava. Aquilo não ficaria barato.

Itens:

Poderes:

Assim que conversei com as árvores, comecei a receber várias imagens confusas e não muito nítidas enviadas pelas mesmas. Mas assim que recebi as informações, as mesmas resolveram aparecer, porém eu não fui pego de surpresa, pelas mensagens.

Eram duas, e montaram um golpe duplo, teria que ser rápido se quisesse sair vivo daquele local.
Tentei desviar para o lado esquerdo quando com a foice tentaria puxar um talho na garganta da que tentou atacar minhas costas. A foice então liberaria o estranho pólen no ar que faria a monstrenga estranha ser paralisada.

Lhor não ficou parado. O grande Ent tentou agarrar a segunda magrela para que a jogasse contra as árvores. Para me manter em segurança, tentei fazer com quê as plantas ao redor puxassem o corpo da Célere, me deixando com uma melhor segurança para fazer algo.
Meu corpo começava a suar, de modo que esfriei um pouco a temperatura para que não me atrapalhasse. Tinha que acabar aquilo logo.

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Explicação:

Logo que me afastei da monstrenga estranha, meu corpo se tranquilizou, e finalmente pude parar e então analisar a situação. Permanecia no meio da pequena e mal iluminada clareira. Dois monstros que nem sabia bem como definir me atacavam. Tinham olhos estranhos e corpos raquíticos que eu nunca tinha visto antes. Não pude deixar de me assustar com aquilo.
Mesmo com a surpresa, tentei reagir o mais rápido possível agora que estava sem perigo eminente. A primeira estava afastada o suficiente, e a segunda me encarava como se esperasse minha ação para tomar uma atitude, o que não demorou a acontecer.

Quanto mais tempo passava, mais raízes tomavam o corpo da monstra, a prendendo mais fortemente já que ela não podia fazer nada sobe o efeito do pólen.
-Ataque!
Guinei meu corpo em direção a outra que estava livre, enquanto corri em sua direção com a foice posta para que golpeasse em sua barriga de baixo para cima, em um golpe quase fatal.
No mesmo instante raízes adornadas de espinhos brotariam do chão para prender seus pés em uma velocidade incrível.

Lhor foi até a que estava envolta em plantas e paralisada pelo pólen. O gigante tentou agarrar sua cabeça e com a outra mão, puxar, decepando o corpo dela e arrancando sua cabeça.

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O barulho de gosma e monstro sendo explodido conseguiu me fazer dar um leve sorriso. Lhor tinha conseguido derrotar a primeira Célere. Apesar disso, eu não tive tanta sorte. E o sorriso que eu tinha antes logo se rompeu.
Subestimei a velocidade do monstro, que era tamanha. Foi o suficiente para um erro.

Ela não teve nenhuma dificuldade em se soltar das poucas amarras que eu usei, e com um salto fez minha foice cortar o ar. Meu corpo se estabilizou rapidamente, e então, aproveitando minha agilidade, tentei rolar visto a ameaça que o monstro oferecia.
Caso minha esquiva se concretizasse, assim que percebi sua curvada para pegar a arma que fora a primeira a ser arremessada. Tentei fazer com que raízes brotassem e agarrassem seu rosto, o rasgando e prendendo sua face contra a terra.
-Lhor!
O Ent entenderia o recado.

O grandalhão correu contra a monstra e com seu grande pé, tentou amassar a cabeça presa da Celere, para que assim, ela tivesse o mesmo fim que a outra.

Começava a me tranquilizar. Não iria morrer ali. Porém, ainda tinha que descobrir quem era aquele sátiro, e o quê ele fazia na floresta aquela hora. A luta já tinha um rumo favorável, mas os enigmas ainda estavam sem resolução.

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Fiquei de joelhos quando a adaga cortou meu ombro. O corte em si fora superficial, mas mesmo assim ainda incomodava um pouco.
Levantei tentando concentrar na batalha, porém, a batalha não mais existia.
Lhor amassou a cabeça da Célere de tal forma que me assustei, agradecendo por ele ser meu aliado, e não inimigo.
Agarrei minha foice e fiquei olhando em volta da clareira. Tentava perceber algo diferente que me ajudasse a prosseguir.

Não demorou para que visse algo diferente. Não sabia se seria útil, mas o corte era muito baixo. Era claramente feito por uma adaga.
Não sabia o que fazer. Voltar parecia a ideia mais sensata. Porém, como chegaria para Quíron com tão poucas informações?

A única escolha que tinha. Me aproximei da árvore cortada, enquanto me concentrei um pouco.
-Ei amigona, o que aconteceu aqui?

Esperava receber imagens do que levou aquele corte, para que pudesse então, tomar uma decisão sobre ir ou continuar.

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A floresta era escura, e cheia de horrores. Isso não era novidade para nenhum campista, e até mesmo eu que era filho da deusa da natureza sabia respeitar essa idéia.
Por enquanto somente tinha encarado duas Céleres. Mas não seria difícil as coisas piorarem. Quíron tinha me enviado para descobrir o que tinha acontecido. E essa informação eu já tinha. Alguém tinha sido morto naquela floresta, porém, eu não iria me aventurar mais. Tinha que voltar e entregar as informações para o Centauro. E então, ele tomaria suas decisões.
-Vamos pra casa, garoto.

Esperei até que Lhor me pegasse, e então o Ent disparou floresta a dentro, para que voltássemos para o acampamento e contasse a Quíron o que tinha descoberto.

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