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[Trama Pessoa] Onde tudo começou.

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Mensagem por Brandon F. Schultz Qua Abr 15, 2015 8:04 pm

Where's the good in goodbye?,
Chapter One

O rosto de minha mãe se virou assustado em direção a porta, enquanto a batida se tornava mais urgente. Eu me encontrava sentado no outro lado da mesa da cozinha, tinha um semblante calmo, já sabia o que viria, todos já sabiam. O jornal ainda estava repousado sobre a mesa, aberto na pagina que fizera minha mãe chorar durante a maior parte da manhã. Estávamos em guerra, o mundo estava em guerra. Hitler nos mandara para as geladas terras russas, em sua primeira campanha fracassada, mas ele ainda não tinha se rendido. Uma coisa engraçada sobre guerras era que quanto mais tempo ela se arrastava mais jovens ficavam seus combatentes. Essa não era diferente, iniciada em 1939 com a promessa que seria uma luta curta, trazendo a glória nos tirada durante a primeira guerra. De inicio tudo indicou que a promessa viria a ser cumprida, a Alemanha vinha ganhando diversos territórios rapidamente e os demais países pareciam nos respeitar.

Mas desde isso já se passaram em torno de cinco anos, estávamos em 1944 e ela persistia. Cada dia o jornal chegava, anunciando novos nomes para as tropas, naquele dia o meu se encontrava entre eles “Brandon Furtwangler Schultz”. Confesso, meu coração parou seu funcionamento por alguns segundos, porém em seguida uma calma estranha se apossou de meu corpo. Não me encontrava com medo, mesmo agora que a porta era batida, selando meu destino. Deixei ambas minhas mãos abertas sobre a mesa enquanto me colocava em pé, colocando a cadeira para trás com minha perna esquerda. Antes de eu poder fazer qualquer outro movimento minha mãe estava ao meu lado, ela segurava meu braço com força. - Saia pelos fundos, corra e se esconda só volte de noite. Irei resolver tudo, seu pai prometeu… Sua voz mal saía, um sussurro fraco misturado ainda com o soluçar de choro. Desviei meus olhos encarando o assoalho de madeira, me encontrava envergonhado, mas na minha visão ainda mais vergonhoso seria fugir do dever com meu país.

- Não posso, você sabe disso. Atenda a porta antes que eles a arrombem. Minha voz não possuía nenhuma emoção, algo me dizia que aquele era meu destino, por mais que isso pudesse soar infantil. Ela me deixou sozinho na cozinha, ouvi a porta sendo aberta e em seguida um novo choro. - Meu marido ira ficar sabendo disso! Ele me prometeu que nosso filho não iria lutar! Ele prometeu. Minha mãe quase gritava, um gesto desesperado, tentando evitar o inevitável. Não podia negar que me sentia um pouco igual, mas aquela promessa tinha sido no inicio da guerra, tudo havia mudado. Deixe eu esclarecer uma coisa, meu pai era um dos generais mais importantes do exército germânico, ele era amigo intimo de Hitler. Homens com muito menos prestigio tinham conseguido evitar que seus filhos fossem para o fronte, sendo enviados para trabalhar nos escritórios de guerra. Será que meu pai não confiava em minha inteligência para tal posto?

Uma voz masculina começou a falar, mesmo sem poder ver eu a reconhecia, Felix, um dos amigos de meu pai. Lembrava dele pois desde pequeno o homem vinha a nossa casa, mas não o via desde o inicio da guerra. - Seu marido já autorizou, nada pode ser feito, necessitamos de combatentes. Sua voz era firme, sem quaisquer resquício de solidariedade. - Ele não esta aqui. Minha mãe disse por fim e eu pude perceber a fraqueza em sua voz, se dando por vencida. Tentando me dar mais uma chance de fugir, algo que ela sabia que eu não viria a fazer. Respirei fundo e sai da cozinha, meus dedos raspando as paredes brancas a meu lado. Cheguei por trás de minha mãe, sem que ela me visse. - Parece que o menino tem algo diferente para dizer. Felix disse, enquanto a mulher virava com olhos arregalados para me olhar. - Eu mandei você ir embora! Só tens quinze anos, pelo amor de deus, essa guerra é para adultos.

Eu me adiantei rapidamente, pois assim que ela concluiu a frase começou a cair. A segurei em meus braços encarando o homem, que ainda se encontrava parado de fronte para a porta escancarada. - Estou pronto, minhas coisas já estão arrumadas, irei pega-las em meu quarto. Anunciei enquanto levava minha mãe até o sofá verde musgo. A coloquei delicadamente ali e sai correndo escada acima até meu quarto. O local era amplo e bem iluminado, mesmo após todas as perdas causadas por aquela situação minha família continuava ostentando seu alto nível de vida. Uma mala de mão estava depositada em cima de minha cama de solteiro, o cobertor azul escuro ainda bagunçado. Não tinha posto muita coisa, meu pai sempre me contara história sobre o exército e nunca me pareceu que eles precisassem de muito. Enquanto a colocava sobre meu ombro direito passei meu olhar por todos os cantos, decorando aonde meus pôster se encontravam, como minha escrivaninha estava arrumada.

Fechei minha mão em um punho, em uma promessa silenciosa de que eu voltaria para aqui um dia, vivo. Parecia-me importante ressaltar a parte de voltar respirando, uma vez que era de nosso conhecimento a quantidade de mortos. Desci as escadas de forma mais lenta do que a subi, minha mala parecia muito mais pesada do que de fato estava, carregada com o fardo do dever. Minha mãe ainda estava sentada no sofá, com um copo de água entre as mãos que não paravam de tremer. - Me prometa que voltara vivo. Ela falou em minha direção, suas palavras pareciam tremer tanto quanto suas mãos. Fui na direção dela lhe depositando um beijo delicado em sua testa. - Eu não lhe prometo, eu lhe dou minha palavra. Dei um sorriso na sua direção e enquanto me afasta sussurrei um “até breve”. Felix me deu passagem pela porta e eu comecei a ir em direção ao carro preto, que encontrava-se estacionado logo a frente de minha casa.

Sua mão veio diretamente para meu ombro enquanto ele me guiava ao banco de trás, aonde eu entrei e ele entrou logo em seguida. Minha mala havia sido deixada com o motorista, que a colocou no porta malas. Não demorou muito para o carro começar a se mover. - Você é um garoto valente, seu pai apreciara isso. Felix falou, enquanto o carro passava pelos portões negros. Eu sabia que ele dizia para mim, mesmo estando encarando o vidro da frente.


A change in the weather,
Chapter Two


Somente quando nos encontrávamos saindo de Munich, minha cidade natal e a qual eu residia, que eu tomei coragem para falar algo. Até então o som do motor era o único que preenchia o automóvel. Minha cabeça estava apoiada no vidro, enquanto eu observava a paisagem da cidade ir se acabando e o campo tomando conta. Várias perguntas rondavam minha mente e só então tive coragem de expressar uma delas. - Para onde estou indo? Digo que acampamento. Minha voz saiu um pouco engasgada, talvez por tão seca que minha boca parecia. Tentei a umedecer perpassando minha língua por sua superfície, enquanto isso Felix já falava. - Irás treinar em um campo perto da capital. Berlim. Pensei sentindo um gosto ruim na boca, meu pai estava do outro lado do país, porque me levariam para Berlim? Estreitei meus olhos dando voz aquela pergunta, eu agora encarava o loiro. - Porque assim foi ordenado, agora pare de fazer tantas perguntas.

E assim eu fiz, me limitando a voltar para a monótona paisagem. Com o movimento constante e minha cabeça apoiada, acabei por fechar os olhos, adormecendo em seguida. Acordei com uma parada brusca, ouvi o homem do meu lado soltar alguns palavrões enquanto abria a porta do carro e se retirava. Ainda meio zonzo o acompanhei, saindo do lado direito do veículo e indo a seu encontro na frente dele. O capo soltava fumaça, o que auto explicava a situação. - Ainda podemos chegar a tempo? Você pode resolver isso? Felix falava impacientemente com o motorista, que concordava com a cabeça e abria o capo com agilidade. - Verdammt! Logo o único recruta que não vira pelos meios normais, ele tem de chegar a tempo. Estamos entendidos? Apoiei minhas costas sobre o carro preto, não tinha o porque de me preocupar, não era comigo que o comandante estava nervoso. - Ao menos poderemos esticar um pouco nossas pernas, fique a vontade, vá dar uma volta. Só não demore a voltar. O comandante falou, agora bem próximo a mim encarando a floresta a nossa frente.

Dei um largo sorrindo concordando, minhas pernas já estavam começando a doer pelo tempo dobradas. Alonguei meu corpo por alguns momentos e fui em direção as árvores, adentrando a floresta aonde o calor era mais ameno. Duvidava que houvessem trilhas por ali, por isso tentei me atentar de sempre ver seu inicio enquanto andava distraído, pensando em tudo o que ainda viria a ocorrer. Ficar sozinho era bom, eu tinha muito no que pensar. Sentei-me sobre a sombra de uma árvore, pegando uma pedra solta a meu lado e a jogando floresta a dentro. Ouvi o farfalhar das folhas que foram atingidas, encostei minha cabeça no tronco fechando os olhos por alguns instantes, não durou muito. Um barulho maior veio logo em seguida, me fazendo levantar em um pulo e ficar atento. - Ora, ora, o que temos aqui? Uma voz feminina alcançou meus ouvidos muito antes de eu ver quem falava.

Suas asas grandes e negras foram as primeiras coisas que eu vi. Tentei segurar minha espiração, para não fazer quaisquer barulho, mas claro que eu já tinha sido visto. Tentava entender o que era aquilo, eu ainda estava dormindo? Talvez um sonho que aparente ser verdadeiro de mais. Sua face era de uma mulher, cabelos negros caiam sobre seu tórax nu. Parte de seu corpo também era feminino, contudo suas pernas não eram pernas humanas e sim de aves. Seu pé era idêntico a de uma harpia. Tentei esfregar meus olhos com ambas as mãos, a fim de ter certeza de que era isso que eu via. - Então o cheiro que sentimos vinha desse garoto assustado? Uma segunda “mulher - pássaro” se juntava a sua parceira. Meu cheiro? Olha eu podia assegurar que havia tomado banho ainda essa manhã, mesmo assim disfarçadamente levei minha narina a meu ombro. Eu estava normal. A primeira riu de mim.

- Não é desse cheiro que falamos, bobinho. O seu é bem forte, parece-me uma boa refeição. Elas se olharam e aquilo foi o suficiente para todo meu corpo entrar em alerta. Uma onda de adrenalina percorreu minhas veias me fazendo agir, começar a correr. Elas se encontravam a minha frente, por isso tomei o caminho da direita. Ouvia suas risadas atrás de mim enquanto eu tentava correr muito além do que minhas pernas permitiam. - Deixe-o ganhar alguma vantagem, qual será a graça caso contrário? Ouvi uma das duas falando alto, certamente com a intenção de que eu escutasse. Eu corria por um campo desconhecido, folhas e galhos batendo contra meu rosto, adentrando minha pele e causando arranhões os quais eu sentia em forma de dor. Tentava utilizar meus braços para impedir o contato, mas pouco mudava, somente os preenchia com machucados também.

Percebia que a floresta se fechava mais ao redor de mim e provavelmente isso era uma coisa boa, por um lado. As tais mulheres tinham asas, animais com asas voam. Em um espaço assim pequeno seria complicado. - Bela dedução. Comentei revirando meus olhos. Meu rosto começava a ficar tomado pelo suor, que escorrendo por minha testa chegava a meus olhos. Minha visão ficando embaçada, as costas de minhas mãos iam diversas vezes ao local tentando clarear o que eu via. Não ouvia mais nenhum barulho de aproximação, nenhuma palavra. Será que eu tinha conseguido escapar? Sentia o ar fugir de meus pulmões, minha respiração acelerada e irregular. Quanto mais eu conseguiria correr? Meus músculos da perna começavam a ficar doloridos, fatigados pelo esforço exigido. Verde, era a única cor que me rodeava, tirando os troncos das árvores que possuíam uma coloração marrom. Por vezes quase tropeçava em galhos, folhas, buracos e outros empecilhos encontrados pelo chão de terra seca.

Até que ao passar por uma raiz de maior largura, um tanto elevada do solo nessa parte em especifico, acabei por tropeçar caindo de joelhos ao chão. Apoiei minhas mãos sobre a terra, ambas de palmas abertas. Meu peito subia e descia de forma frenética. Eu não fazia a mínima aonde me encontrava, ou em qual direção o carro estava, tão pouco aonde as mulheres tinham ido parar. Para a última eu tive uma resposta rápida. Uma sombra pairou sobre mim, eu tinha minha cabeça baixa, encarando as folhas, mas a ergui. Logo acima de mim uma das mulheres sorria. - Não pensou que poderia escapar de nós, pensou? A outra chegou em seguida, só agora podia ver melhor suas feições, uma mulher de cabelos ruivos e olhos penetrantes. - Ele foi uma presa fácil de mais. Reclamou me segurando com suas garras pela camisa. Ela me ergueu um tanto do chão e em seguida me soltou, eu cai de rosto contra a terra, agora completamente deitado.

- Acho que ele não vale a pena. Concluiu. Eu tentei erguer a cabeça e meus olhos em suas direções, queria ver suas feições, queria saber meu destino. - Muito bem, o que devemos fazer então? Ele parecia valer a pena. A primeira colocou uma mão sobre o queixo de forma pensativa. - Para onde você estava indo garoto? Ela me perguntou, e eu respondi prontamente como se não estivesse com medo, o que era uma meia mentira. Ser morto não me assustava, pelo contrário parecia me trazer uma paz. Talvez fosse isso que eu buscava indo diretamente de encontro a guerra. - Irei para guerra. Respondi com a voz rouca pelo esforço da corrida e pela minha dor. Ambas deram uma gargalhada. - Pois bem então, será um bom teste. Ver você morrer em um campo de batalha parece muito mais excitante, guarde sua carne para nós!

Sua empolgação fez minha barriga se revirar, poderia vomitar naquele exato momento, por certeza. - Então vamos indo, para chegar ao carro basta seguir para o sul, vimos ele enquanto sobrevoávamos a floresta o seguindo. Ambas levantaram voo, mesmo naquele espaço apertado, eu nem sabia que era possível tal coisa. Me coloquei de joelhos, cuspindo o sangue que se acumulava em minha boca. Surrei o chão com meu punho fechado, que droga havia sido aquela? Me ergui com uma dificuldade tremenda, cambaleando e visualizando todos meus ferimentos. Comecei a andar feito um bêbado para o sul, não sei porque seguia sua sugestão, mas o desejo delas de me ver ser morto somente em batalha pareceu ser verídico. - Aonde está você? SCHULTZ APAREÇA AGORA. Ouvi a voz de Felix e se meus ferimentos não fossem me matar eu sentia que ele iria, provavelmente estava pensando que eu tinha desistido, tinha fugido. Tentei gritar por ele, mas minha voz não saia.

Me arrastei então na direção do som e logo os passos rápidos foram ficando mais próximos. O loiro acelerou mais quando me viu, perpassando meu braço sobre seus ombros e me ajudando a ir até o carro. - O que aconteceu? Ele perguntou, sem entender como eu tinha ficado naquele estado. Balancei a cabeça cansado, como eu iria explicar aquilo? Seria considerado louco. - Achei que alguém estivesse na floresta… Então… então… Eu comecei a fugir e acabei por me machucar. Foi tudo o que consegui falar. Não sei o que ocorreu no resto da viagem de carro, desmaiei pouco depois de falar aquelas poucas palavras para Felix. Acordei um pouco antes de chegar ao acampamento.


Observações:

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Progênie de Hades
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Brandon F. Schultz
Brandon F. Schultz
Título : Indefinido
Idade : 26

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Mensagem por Afrodite Qui Abr 16, 2015 3:04 pm

1. Avaliação


Então, Brandon, olá. Sua missão foi muito boa. Mesmo sem envolver nenhum combate, você descreveu bem, sendo coerente por todo o texto, objetivo e com um enredo no mínimo interessante. Só com esse “post introdução” da trama você me deixou curiosa para os próximos passos de seu personagem. Venho acompanhando você há um tempo pelas avaliações e mais uma vez não tenho muito o que dizer, a não ser ressaltar os erros de digitação rápida e a falta de acentuação que foi constante na missão. Exemplos disso são inicio, pagina e de mais, onde o correto seria início, página e demais, respectivamente. Então, meus parabéns!

Coerência Textual: 50/50
Coerência Batalha/Treino: 50/50
Gramática: 17/20
Enredo: 60/60
Objetividade: 20/20
Total: 197XP.  

Recompensas: 197xps + 148 dracmas + 6 fama

Descontos: -30 PV // -50 PR

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